sábado, 25 de abril de 2009

"Charla con Don Baigorra"




Compermiso Don Baigorra...
Vengo del lado Oriental...
En una mano traje plata y en la otra bosal...
Vine comprar un caballo...
Para jefe de manada...
Que apriete en la paleteada...
Con mucha sangre caliente...
Y necesito urgente...
Dos o tres yeguas domadas...


Pos se achegue meu patricio...
Que tal o baio encerado?
De montar dos dois costado...
Pingo pra china e criança...
Nem na doma fez lambança...
Isso é flor de patacuero!!!
Só não é dos mais ligero...
Confirmado e de confiança...



Lo que me diz del alazan?


Esse aí é cavalinho...
E ainda ta de bocal...
Não serve,não leve à mal!
Parece uma saracura...
Dizê que é das égua pura!
E ainda flor de cabulozo...
Volta e meia baixa o tozo...
Nem com os ferro da na altura...

Y el gateado,Don Baigorra?

Tire a cruzera da guaiaca,patrício!
Só não repare a broma...
O gateado, é minha doma...
Topa qualquer parada...
Não é pra perna ensaboada!
Nem pra índio fundilhudo...
Exprementa este cuiudo...
E leva pra tua manada....

Me gusto las dos tordilla...
Lo que me diz el compadre?


Tanto a negra ou a vinagre...
Isso são flor de lasquiada...
A negra,me deu uma dentada...
Bem na volta da paleta...
Me largo torto e gambeta...
Mas sou do sistema antigo...
E palanquiei de castigo...
Antes de acarcá as rozeta...



As cria do baio véio...
Estas são pro meu parcero...
As fia do Delantero...
Mas isso que é égua boa!
Não são esses bixo à-toa...
Isso eu garanto pra ti!
São de apartar lambari...
E desviar pingo em garoa...



Muchas gracias,Don Baigorra...
Gevo el gateado y las irras del baio...


Não comprou nenhum Lobuno?
E nem tampouco Tobiano?
Fez bom negócio o hermano...
Cavalhada de patrão!
Garantiu minha comissão...
E quando falarem BT,mesmo depois que eu morra...
Vão lembrar do Baigorra...
Até a quinta geração...


(Poesia-diálogo- Charla con Don Baigorra-Holmes Gomes Filho)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Um Santo à cavalo....


Bem dito seja meu Santo...
O nosso Santo Campeiro...
Vitorioso cavaleiro...
Que encilha todos os dias...
E que sai pelas coxilhas...
Recorrendo o pago inteiro...
Assobiando no tranco...
Num pingo de pêlo branco...
Amadrinhando o campeiro...

Vens no galope dos ventos...
Com teu pala colorado...
Guerreiro santificado...
De lança firme na mão...
Enfrentastes o dragão...
Proteger foi teu legado...
E sempre serás lembrado...
Enquanto houver religião...

Guerreiros de Sousa Neto,Texeira Nunes...
Cavalarianos na carga...
No meio da guerra amarga...
Protegestes um por um...
E te chamavam de Ogúm...
Os de cor preta e parda...
Com trapos rubros por farda...
Sem horizonte nenhum...

E eu sou filho deste taura...
Do Santo garrão de tuna...
E numa tarde lobuna...
Que a noite vem devorando...
Eu quero te ver laçando...
No rodeio das estrelas...
E a armada do teu sovéu...
Desenrolando no céu...
Em constelações sinuelas...

E no 23 de Abril...
Eu te peço proteção...
Copo d´agua,vela acesa com dizeres de oração ...
Isso tudo me conforta...
E espadas de trás da porta...
Pra afugentar o dragão...
Sal grosso,galho de arruda...
Que é pra que o Santo acuda...
Em caso de precisão...

Vitorioso São Jorge...
Uso tuas armas,visto teu manto...
Meus inimigos ficam em pranto..
Sou forte,sou destemido...
Tenho fé,sou aguerrido...
Com peleia não me espanto...
E pra carregar um tesouro...
Eu marquei pra sempre no couro...
A imagem do meu Santo...

(Poesia campeira de Holmes Gomes Filho)