sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Herança Farroupilha..


Foto:Fernanda Trindade

Piquete do 38 na Avenida Beira Rio..



Foto: Fernanda Trindade

O tempo bom atraiu cerca de 5 mil pessoas às celebrações do desfile Farroupilha, na manhã deste domingo, na Avenida Beira-Rio, em Porto Alegre. O desfile cívico-militar, com participação da Brigada Militar, da Polícia Civil, do Instituto Geral de Perícias (IGP) e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE), deu início às comemorações do 20 de Setembro, às 9h, depois da revista das tropas pela governadora Yeda Crusius. Logo após, teve início o desfile tradicionalista, com a participação de aproximadamente 3 mil cavaleiros, de 130 piquetes.Um deles,o Piquete do 38,da Polícia Federal,fundado por Telmo De Lima Freitas(Patrono da Semana Farroupilha 2009.)

sábado, 25 de abril de 2009

"Charla con Don Baigorra"




Compermiso Don Baigorra...
Vengo del lado Oriental...
En una mano traje plata y en la otra bosal...
Vine comprar un caballo...
Para jefe de manada...
Que apriete en la paleteada...
Con mucha sangre caliente...
Y necesito urgente...
Dos o tres yeguas domadas...


Pos se achegue meu patricio...
Que tal o baio encerado?
De montar dos dois costado...
Pingo pra china e criança...
Nem na doma fez lambança...
Isso é flor de patacuero!!!
Só não é dos mais ligero...
Confirmado e de confiança...



Lo que me diz del alazan?


Esse aí é cavalinho...
E ainda ta de bocal...
Não serve,não leve à mal!
Parece uma saracura...
Dizê que é das égua pura!
E ainda flor de cabulozo...
Volta e meia baixa o tozo...
Nem com os ferro da na altura...

Y el gateado,Don Baigorra?

Tire a cruzera da guaiaca,patrício!
Só não repare a broma...
O gateado, é minha doma...
Topa qualquer parada...
Não é pra perna ensaboada!
Nem pra índio fundilhudo...
Exprementa este cuiudo...
E leva pra tua manada....

Me gusto las dos tordilla...
Lo que me diz el compadre?


Tanto a negra ou a vinagre...
Isso são flor de lasquiada...
A negra,me deu uma dentada...
Bem na volta da paleta...
Me largo torto e gambeta...
Mas sou do sistema antigo...
E palanquiei de castigo...
Antes de acarcá as rozeta...



As cria do baio véio...
Estas são pro meu parcero...
As fia do Delantero...
Mas isso que é égua boa!
Não são esses bixo à-toa...
Isso eu garanto pra ti!
São de apartar lambari...
E desviar pingo em garoa...



Muchas gracias,Don Baigorra...
Gevo el gateado y las irras del baio...


Não comprou nenhum Lobuno?
E nem tampouco Tobiano?
Fez bom negócio o hermano...
Cavalhada de patrão!
Garantiu minha comissão...
E quando falarem BT,mesmo depois que eu morra...
Vão lembrar do Baigorra...
Até a quinta geração...


(Poesia-diálogo- Charla con Don Baigorra-Holmes Gomes Filho)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Um Santo à cavalo....


Bem dito seja meu Santo...
O nosso Santo Campeiro...
Vitorioso cavaleiro...
Que encilha todos os dias...
E que sai pelas coxilhas...
Recorrendo o pago inteiro...
Assobiando no tranco...
Num pingo de pêlo branco...
Amadrinhando o campeiro...

Vens no galope dos ventos...
Com teu pala colorado...
Guerreiro santificado...
De lança firme na mão...
Enfrentastes o dragão...
Proteger foi teu legado...
E sempre serás lembrado...
Enquanto houver religião...

Guerreiros de Sousa Neto,Texeira Nunes...
Cavalarianos na carga...
No meio da guerra amarga...
Protegestes um por um...
E te chamavam de Ogúm...
Os de cor preta e parda...
Com trapos rubros por farda...
Sem horizonte nenhum...

E eu sou filho deste taura...
Do Santo garrão de tuna...
E numa tarde lobuna...
Que a noite vem devorando...
Eu quero te ver laçando...
No rodeio das estrelas...
E a armada do teu sovéu...
Desenrolando no céu...
Em constelações sinuelas...

E no 23 de Abril...
Eu te peço proteção...
Copo d´agua,vela acesa com dizeres de oração ...
Isso tudo me conforta...
E espadas de trás da porta...
Pra afugentar o dragão...
Sal grosso,galho de arruda...
Que é pra que o Santo acuda...
Em caso de precisão...

Vitorioso São Jorge...
Uso tuas armas,visto teu manto...
Meus inimigos ficam em pranto..
Sou forte,sou destemido...
Tenho fé,sou aguerrido...
Com peleia não me espanto...
E pra carregar um tesouro...
Eu marquei pra sempre no couro...
A imagem do meu Santo...

(Poesia campeira de Holmes Gomes Filho)

sábado, 14 de fevereiro de 2009

MATA PAU (ORELHADOR)


MATA PAU (ORELHADOR)


A mais honrosa virtude...
Que o homem herdou na terra...
A valentia de um cuera...
Não se compra, não se empresta...
Vem estampado na testa...
Como nos galos de outrora...
Que orelhavam campo à fora...
E nos rodeios em festa...

Um nome surge na poeira...
Do templo pagão rodeio...
MATA PAU era um campeiro...
Destes de punhos de aço...
Erguia um xucro no abraço...
Como uma pluma a lo léu...
E surrava com chapéu..
Pra escorar manotaços...

Um pau bugre encravado...
Petrificado na arena...
Era um palanque torena...
Pra simbronaços, pechadas...
Levando coices, dentadas...
Sem nunca frochar o tutano...
Com altivez de serrano...
Que dispensa patacoadas...

Agarrador de mão cheia...
Vassalo da lida braba...
Chapéu mordido na aba...
Um troféu de estandarte...
Carregado em qualquer parte..
Sua estampa de gaúcho...
E sustentando o repuxo...
Desta sua extinta arte...

MATA PAU era um gigante..
De coragem e estatura...
Quase dois metros de altura...
Tinha imponência e destreza...
Sujeitava com firmeza...
Embora com ousadia...
Zombando da rebeldia...
Com seus dotes de nobreza...

Rude estirpe de antanho...
Reencarnada no orelhador...
O bárbaro gladiador...
Do coliseu dos tapejaras...
Feito de esteios e varas...
Arames, crinas e pêlos...
Que cercam os atropelos..
Pra um bom pialo de cuxara...

Encordoou rodeios e gineteadas...
Pegava a unha matreiros...
Os bravos fletes ligeiros...
A mão campeira pialava...
No tombo embuçalavam...
Pois não havia palanque...
Os BOEIRA e o gigante...
Entregando de regalo...
Pra algum De Paula monta lo...
Com aplausos do RIO GRANDE.

Nos saudosos rodeios...
MATA PAU deixou saudade...
Misto de mito e verdade...
Ficou na soga do tempo...
Talvez o sopro do vento...
Que o pó da cancha levanta...
Traga a altivez da sua estampa...
No sovéu do pensamento...

Holmes Gomes Filho 25/01/2009.





Poesia de HOLMES GOMES FILHO,retratando o ofício de orelhador na figura de Mata Pau(Osvaldir Faoro),um mito dos saudosos rodeios de Vacaria-RS.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Carreiro Simples de Vida.


Carreiro Simples de Vida.
Letra- Holmes Gomes Filho (Em homenagem a Augusto Camargo,biriva região serrana)





Recordo Muitos Capões
Onde vivia um campeiro
Um mascate dos antigos........
Que existia de primeiro
Era Serrano vaqueano
Conhecedor dos carreiros

Ganhou o primeiro Ofício
Na sua infância campeira
Guri de fazer mandado
Destes de buscar parteira
Era um chasqueiro mirim
Chegava levantar poeira


Só um baixeiro no petiço
E a picaça das confiança
Matutando no caminho..........
Qual o nome da criança?
Com chapeuzito de palha
Desabado de esperança

Madrugava com as estrelas
Na primeira recolhida
Juntar cavacos pro fogo
Tirar leite antes da lida
Dar mamadeira pros guaxos
Matando sede de vida

Ganhou o primeiro Ofício
Na sua infância campeira
Guri de fazer mandado .(Refrão)
Destes de buscar parteira
Era um chasqueiro mirim
Chegava levantar poeira



Com cantiga de cincerros
Ele se fez rapazote
Levando tropa (pras Torre........)
E sonhos num serigote
A mula vinha ao tranquito
Mas a saudade num trote

Mascateou por muitos anos
Juntou patacas pra um dia
Erguer morada na serra........
Casar e pedir guarida
Criou filhos,batizou netos
Encilhou sorrindo à partida