quarta-feira, 25 de junho de 2008

Tropilhas .


Num bater de cascos..
Surge poeira,crina e pêlo...
Uma carga em atropelo...
Toca por diante o Paysano..
Que não deu bom por engano...
Pois é Charrua este galo....
E não gosta de cavalo....
Quem falar mal de tubiano...

Trecho da poesia-Tropilhas(Holmes Gomes Filho)

terça-feira, 24 de junho de 2008

Tropilhas .


O pêlo do meu agrado...
Evoca a mescla da Pampa...
Retrata na sua estampa...
Com cores emaranhadas...
As cenas apaysanadas...
Em luscos fuscos campeiros...
E uma tropilha de Oveiros..
Pra decorar invernadas....


(Trecho da poesia Tropilhas de Holmes Gomes Filho)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Enzo e India do Bororó.


Quando eu crescer
Não quero que me amadrinhe
Só cuida a cerca meu pai
E deixe no mais q saia
Viva minha patria
Vai gritar o domador
Pai me faça um favor
Atice a cadela baia

domingo, 8 de junho de 2008

Pra ti Doutor.



Misto de taura e de maula...
Don Wallau desde piazote...
Se forjou num sirigote...
Com os berros da gadaria...
Camargo,revirado,pinhão e geada fria...
Lá na estância do Socorro...
Pras bandas de Vacaria...


Na faculdade da estância...
Foi graduado ano a ano...
E aprendeu a ser vaqueano...
No rude chão da mangueira...
Por onde a lição campeira...
Nossa herança campejana...
Sagrada bíblia pampeana...
É escrita em meio à poeira...

Já carregava na estirpe...
O ofício de domador...
Amanunciava um xucro...
Com ares de encantador...
E com palavras macias...
Tirava baldas e manias...
Como espinhos de uma flor...

Segredos de um tapejara...
Duas varinhas de taquara...
E de um urco se arrimava...
Com jeito arrinconava...
Sem nunca dar-lhes castigo...
Fazia mais um amigo...
Mais um potro se entregava...

E foram muitos invernos...
Muitos cavalos passaram..
Todos fletes se entregaram...
Ao seu jeitão racional...
A doma tradicional...
A que os charruas deixaram....
Pois estes bravos montavam...
Só com uma manta e buçal...

Lembrar dos pingos de lei...
Os de campo e os de prova...
E a lembrança se renova...
Com todos enfileirados...
Na forma sendo lembrados...
Nos sonhos deste caudilho..
O Tarzã era o petiço,o Marotí o colorado...
O Afago o tostado,o Sereno era o tordílio...

Por diante ainda na forma...
Mais recuerdos na lembrança...
A Overa,a mula Negrinha...
E a sestrosa da Esperança...
Seguindo a fila o guerreiro...
E mais adiante um pingaço...
Um zaino de orelhas grandes...
Que batizou de paipasso...

E sobre os campos dobrados...
Refazendo a sua trilha...
Devagarzito no tranco...
Numa zaina bico branco...
Esta!!!
Esta! Era a Farroupilha...

Foi muito serviço de campo...
Vacinação,marcação a castração e a doma...
Nunca refugou parada...
E pras lidas de Encruzilhada...
Ele comprou a Paloma...

E não podia faltar...
Os seus parceiros de lida...
O Chico e o Jucundino..
O Laurindo e o Abitino..
O Valdir e seus irmãos...
E o amigo Pedrinho...
Hermanos de coração...
Que ele guarda com carinho...
O velho fica à sonhar...
E chega pra amadrinhar...
O João Boeira Sobrinho...

Dedicou-se a medicina...
Homem que entende da cosa...
Sempre junto com seus filhos...
Com seus netos sua esposa...
Viram muitas cavalgadas...
Por este Rio Grande amado...
Deus permita muitos anos...
Conviver no teu costado...
(Holmes Gomes Filho)

Estirpe


Da costa do Camaquã,ela veio...
Cria lá dos Barba Azul...
Não existe mais no sul...
Me falou o Carijó...
Que é da estirpe Bororó...
Que eram overos e bragados...
Os fletes mais respeitados...
Ligeiros que davam dó...


E veio de mão em mão...
A overa colorada...
A Bororó afamada...
De confiança nos arreio...
Das que não renega freio...
E é professora de laço...
Do indio cançar o braço...
Jogando armada em rodeio...


Oigalê tempo gaúcho!!!
Quando rasgavas banhado...
Com alguém enfurquilhado...
Atropelando o destino...
Que era o de correr bovino...
Paleteando a lida bruta...
E fazendo a reculuta...
Em várzea de campo fino...


Quantos nomes já te deram...
Rude crioula retaca...
Chita,Bragadinha;India,Polaca...
Mas o nome Bororó...
Foi o tropeiro que deu...
Ao longo dos corredores...
Onde esta estirpe nasceu...
Tu es crioula na escência...
Tens a pura procedência...
Que hoje o Rio Grande esqueceu...


Por estas léguas de campo...
Nesta vida reiuna...
Eu não invejo fortuna...
Tenho prenda e um piazote amado...
Eu já sou afortunado!!!
Mas quem tem um Bororó...
Até um gaudério que é só...
Tem um tesouro guardado...


E este tesouro é teu meu filho...
Tu és um guri de sorte...
Vais andar do sul ao norte...
Deste Rio Grande altaneiro...
Tu vais aprender ligeiro...
Com esta crioula de lei...
Que é um presente que eu te dei...
Pra que tu sejas campeiro...


Do lombo da Bororó...
Teras as mais lindas lembranças...
De carreiras,de tombos de lidas e de andanças...
Com as patas da bororó...
Escreveras tua historia...
Que ficaram na memória...
Dos teus tempos de criança...

(Estirpe-Holmes Gomes Filho)